Há muito tempo já se sabe que as pessoas com algum tipo de necessidade especial deixaram de ser mero "entrave" no cotidiano social para ingressar em definitivo no cotidiano dito "normal". José Nelto de Carvalho, 22, é um desses bons exemplos.
Com cegueira total atestada aos cinco meses de vida por conta de um glaucoma congênito, o estudante é um dos novos integrantes da turma de Direito 2010.1 da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Nelto é mais um caso que vem para somar a outros tantos de superação e provação de que dadas as chances as necessidades especiais tornam-se meros detalhes.
Natural de São Rafael, cidade do Alto Oeste Potiguar, Nelto veio para Mossoró em 2001 com sua família em busca de estrutura adequada que permitisse a ele estudar. Nelto é um dos 90 deficientes visuais atendidos pelo Centro de Apoio ao Deficiente Visual existente em Mossoró, no bairro Santo Antônio e que é mantido pela Prefeitura de Mossoró.
"Este é meu segundo vestibular, estou feliz com o resultado e espero cursar Direito a fim de enxergar melhor a inserção dos deficientes visuais no mercado", conta o estudante que estava de malas prontas para comemorar o resultado com a família na cidade de São Rafael. Entre as dificuldades, Nelto diz que a maior delas foi vencer a desconfiança dos outros com relação ao seu potencial como estudante. Mesmo tendo apoio de sua família e amigos próximos, ele diz que a descrença de alguns o incomodava. Entretanto, não se deixou levar pelo pessimismo e estudou, em sua maioria com o apoio de um ledor (profissional que lê para o deficiente), além do computador com um programa especial destinado aos deficientes existente no centro de apoio e por fim a leitura de certas publicações em braile.
CENTRO
Localizado no Santo Antônio, o Centro de Apoio ao Deficiente Visual é o encarregado de incluir o deficiente nas escolas regulares normais, o que para coordenadora Graça Henrique é ainda o grande desafio. "Ainda existe resistência do professores. Entretanto, exemplos como o de Nelto ajudam a desmistificar tais concepções", finaliza a coordenadora.
Fonte: Jornal de Fato
PEI E BUFO MUSICAL – 4ª edição.
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